ANSIEDADE! UM MAL SILENCIOSO QUE CAUSAS GRANDES ESTRAGOS

ANSIEDADE! UM MAL SILENCIOSO QUE CAUSAS GRANDES ESTRAGOS

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A ansiedade faz parte da vida de todos nós e, em certo nível, pode ser considerada saudável. É ela que nos ajuda a ter pontualidade nos compromissos, resolver uma questão que nos preocupa ou fugir de situações arriscadas, por exemplo.

O problema desse estado surge quando ela se torna excessiva e as pessoas passam a se preocupar demais. Tudo começa a parecer mais perigoso, difícil e preocupante, mesmo aquelas coisas que não representam riscos reais.

Mas como saber se sua ansiedade ultrapassou os limites e você precisa ter mais atenção com a sua saúde emocional? Neste post trouxemos informações completas sobre o tema. Aproveite!

O que é a ansiedade? Ela tem cura?

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o sentimento de ansiedade é a antecipação de alguma ameaça futura. Ela está muito associada ao o medo e gera sensações de tensão.

Além disso, no momento em que sentimos ansiedade começamos a nos comportar com cuidado, buscando fugir da sensação desagradável. Assim, procuramos formas de evitar os ambientes, atividades, pessoas e coisas que nos causam temor.

Em alguns casos, esses estados emocionais acontecem em maior frequência ou persistem por muito tempo. Assim, deixam de ser considerados adaptativos e se tornam sintomas do chamado transtorno de ansiedade.

Para pessoas com essa condição, muitas situações comuns passam a envolver extremo estressee tensão física e psicológica. Andar de ônibus ou fazer uma prova, por exemplo, pode ser um grande desafio neste caso.

Mas a ansiedade é só um tipo de medo?

É importante frisar que a ansiedade é uma resposta emocional provocada pelo medo. Só que o medo clássico, aquele que sentimos quando nos assustamos com um filme, por exemplo, é algo momentâneo que acontece quando identificamos algum perigo.

A ansiedade é diferente. Ela é uma sensação constante de medo em relação ao futuro, é um receio de que algo possa acontecer. Graças a isso, esse estado psíquico não cessa com facilidade, já que não dá para fugir do que o está causando.

Existe motivo para a ansiedade aparecer?

Aaron Beck, psiquiatra e pai da Terapia Cognitiva, em seu livro “Terapia Cognitiva para os Transtornos de Ansiedade” nos mostra que o medo e ansiedade não surgem ao acaso. Eles são fruto da experiência de vida de cada pessoa.

Questões, como a forma de lidar com a família, amigos, trabalho, tarefas de casa e organização de tempo influenciam na maneira em que vivenciamos os medos e a ansiedade.

Além disso, o imediatismo, o excesso de tarefas acumuladas e as cobranças constantes por parte de familiares, colegas de trabalho e supervisores pode, sim, impactar na maneira em que a ansiedade se manifesta.

Qual é o problema desse estado psíquico?

Essa constante sensação de avaliação que vivemos nos faz pensar no futuro a todo momento. Isso tira nosso foco do momento atual e leva a pensamentos como:

“E se eu não conseguir aquele emprego?”;
“E se eu não comprar aquele carro?”;
“E se eu chegar atrasada?”;
“E se o chefe me demitir?”.
Todos esses “e se” têm causado muitos sintomas e dificuldades de enfrentar certas situações. Eles levam para nosso corpo todas essas questões externas, gerando um ciclo vicioso de preocupações, estresse, angústias, tristezas, medo e desamparo.

Em muitos casos essa divisão se torna artificial, pois é comum que a pessoa sofra com mais de um subtipo. Apesar disso, os transtornos são relevantes e devem ser tratados para garantir a saúde mental de quem sofre com a ansiedade em níveis elevados.

Veja, a seguir, os principais transtornos de ansiedade.

Ansiedade generalizada

No transtorno de ansiedade generalizada não há identificação de um grupo de estímulos específicos que provocam o problema. As pessoas que se encaixam nesse subtipo apresentam sentimentos de medo e ansiedade em situações diversas.

Os sentimentos relacionados a ansiedade podem aparecer em qualquer contexto, tanto no trabalho quanto em casa, com os amigos, com o parceiro etc.

Ansiedade associada ao medo

Algumas pessoas se sentem muito ansiosas quando expostas a estímulos específicos. É o caso das respostas de medo diante de animais, ambientes hospitalares, lugares fechados, etc.

Mas atenção: para ser identificado como um transtorno de ansiedade, o temor deve ser desproporcional ao perigo real que essa situação representa.

Ansiedade social

Neste subtipo, a sensação de temor aparece quando a pessoa precisa se submeter a situações sociais. Há uma preocupação excessiva com a possibilidade de fazer algo errado ou ser mal avaliada pelos outros.

A ansiedade social pode se expressar em entrevistas de emprego, em momentos em que é preciso falar em público e até em eventos familiares.

Ataque de pânico

Os ataques de pânico são episódios de medo intenso que rapidamente desencadeiam fortes sintomas físicos e psicológicos. Podem surgir quando a pessoa pensa em uma situação temerosa ou está efetivamente passando por aquela experiência.

Entretanto, também pode acontecer sem causa aparente. Mas vale lembrar que o pânico não é característica exclusiva desse transtorno. Outras condições psicológicas, como é o caso das fobias, podem apresentar sintomas semelhantes aos do ataque de pânico.

Como identificar ansiedade excessiva?

Agora que você já sabe que há um nível normal de ansiedade e conhece a classificação do transtorno, é interessante entender como diferenciar os níveis normais dos doentios desse sentimento.

Abaixo, listamos alguns sinais de que seu nível de ansiedade pode estar maior do que o saudável. Confira!

Ver perigo em tudo

A pessoa com transtorno passa a superestimar o risco das situações e tem dificuldade para ficar tranquila, mesmo em contextos que não apresentam tanto perigo real. É o caso, por exemplo, de alguém que fica extremamente preocupado diante de um procedimento médico simples.

O paciente ansioso perde a sua capacidade de analisar a situação. O medo irracional passa a dominar os pensamentos e tudo parece mais perigoso do que realmente é. Com isso, a pessoa tem dificuldade para viver sua rotina normalmente — dirigir até o trabalho, ficar sozinha em casa, viajar de avião, etc.

Preocupar-se excessivamente

Esse é outro sintoma desse transtorno. Aquela preocupação que ajuda você a se preparar melhor para as situações e antecipar riscos é positiva. Mas se você se sente preocupado ao ponto de travar e não conseguir realizar suas atividades, é preciso refletir sobre esse sentimento.

Além disso, pessoas ansiosas se sentem muito inquietas em relação ao futuro. Não vivem plenamente o presente, pois estão sempre pensando no que pode dar errado — ela se imagina constantemente sendo demitida ou perdendo familiares queridos, por exemplo.

Estar com as emoções afloradas

Outro sinal de alerta é quando a pessoa tem dificuldade para relaxar e sentir bem-estar. Pessoas ansiosas estão frequentemente com a emoção à flor da pele e convivem com mudanças de humor, irritabilidade, ataques de euforia ou angústia.

Também são comuns sentimentos de inquietação, estresse, dificuldade de concentração e cansaço.

Apresentar sintomas físicos

O transtorno de ansiedade não afeta apenas o aspecto emocional. O corpo também apresenta sinais de que não está bem, como:

alterações no sono;
tensão muscular;
dores de cabeça;
sensação de falta de ar;
taquicardia;
suor excessivo;
tontura;
náuseas e desconforto abdominal;
sensação de engasgo.

O que pode causar ansiedade?

Por mais famosa e estudada que a ansiedade seja, ainda hoje é difícil de dizer, com precisão, o que causa esse estado psíquico. Hoje já podemos identificar, por exemplo, o que acontece no cérebro durante um ataque de pânico.

Entretanto, explicar o que leva um transtorno a se formar é um pouco mais difícil. Cada pessoa tem uma história de vida única e desenvolve a ansiedade em momentos muito específicos.

Por isso é preciso estudar cada caso individualmente. Apenas com a análise minuciosa sobre a vida de uma pessoa, seus relacionamentos, medos, inseguranças e prazeres é que o psicólogo vai entender o motivo de a ansiedade ter surgido.

Muitas questões podem estar envolvidas, como fatores genéticos, situações do passado e vivências atuais. Pessoas que passaram por traumas importantes na sua vida podem estar mais propensas a desenvolver o transtorno de ansiedade.

Além disso, quem se expõe a ambientes de muita pressão, como trabalhos estressantes ou cidades violentas, também está mais vulnerável à ansiedade excessiva.

Algumas doenças físicas podem desencadear episódios de ansiedade. É o caso, por exemplo, de problemas cardiovasculares, hipertireoidismo, problemas respiratórios e dores crônicas.

O abuso de álcool, drogas e remédios também pode afetar esse quadro. Além disso, tratamentos difíceis, como os de câncer, abalam o fator emocional e podem agravar o quadro.

De que forma a ansiedade afeta sua vida pessoal e profissional?

Os sintomas psicológicos e físicos influenciam bastante na vida das pessoas. Em casos mais graves, há uma impossibilidade real de continuar a rotina — muitos pacientes interrompem a faculdade ou pedem afastamento do trabalho, por exemplo.

Isso não acontece apenas em casos isolados. Os transtornos de ansiedade são entendidos como as doenças mais debilitantes que existem. Durante as crises, as pessoas acometidas podem simplesmente desistir de fazer tudo.

As preocupações e os medos excessivos atrapalham até mesmo atividades simples, como conseguir sair de casa para chegar ao trabalho. Além disso, o rendimento do profissional não é o mesmo quando ele enfrenta dificuldades, como a fadiga mental e a insônia.

A vida pessoal também é afetada. Muitas vezes, a pessoa se recusa a sair com amigos por causa do medo excessivo. Esse medo pode ser de dirigir, de frequentar lugares fechados ou de ser criticado pelos outros. Até mesmo o relacionamento familiar se torna mais difícil para o paciente ansioso.

A ansiedade tem cura?

Vale frisar, mais uma vez, que a ansiedade por si só não é um problema. Ela é um estado psíquico natural, benéfico e muito importante para a sobrevivência humana. Ela serve para nos alertar de situações perigosas.

Entretanto, essa ansiedade às vezes ultrapassa esse nível natural. Graças a hábitos inadequados, questões genéticas ou traumas acabamos desenvolvendo os transtornos de ansiedade.

Então, para a ansiedade não existe tratamento nem cura, existe apenas o controle para que ela não prejudique sua vida. Os transtornos, por outro lado, são doenças e precisam ser tratados.

Neste caso existe cura, tratamento adequado e cuidados que precisam ser tomados. O tratamento é feito com o psicólogo, mas depende muito da participação de quem é acometido pela ansiedade.

Todo o processo de melhoria envolve a mudança de comportamentos. Durante as sessões o psicoterapeuta ajudará a pessoa a desenvolver habilidades para lidar com a ansiedade e, aos poucos, voltar a viver normalmente.

Depois de ter sucesso nisso, o cliente começará a sentir os benefícios de lidar com a ansiedade. A longo prazo, os sintomas vão reduzir e os comportamentos de controle ficarão mais naturais, permitindo que a pessoa leve uma vida saudável.

Quanto tempo demora o tratamento da ansiedade?

O tratamento para os transtornos de ansiedade, ou para os comportamentos ansiosos, não tem tempo definido. Mas calma, não estamos falando aqui do clássico “cada pessoa tem seu próprio tempo para melhorar”.

A verdade é que a Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano, buscando modificá-lo a fim de proporcionar mais saúde para as pessoas. Só que o comportamento não é uma coisa fácil de mudar.

Quanto mais vezes fazemos uma coisa, mais aprendemos a repetí-la e mais difícil é mudar. Isso significa que quanto mais rápido alguém busca por ajuda, mais eficiente é o tratamento e menores são os riscos para a saúde mental da pessoa.

Por outro lado, existem pessoas que demoram dez, quinze, cinquenta anos para procurar a ajuda de um profissional. Ou seja, elas fizeram as mesmas coisas durante décadas, se comportaram do mesmo jeito dia após dia.

Nesses casos, a mudança de comportamento é mais lenta, porque existe toda uma história de vida envolvida com a forma como a pessoa lida com a ansiedade. Quem está nessa situação precisa de tempo para aprender novos comportamentos.

Veja bem: a ansiedade não é uma coisa mágica que flutua no mundo. Além de ser um estado psíquico, ela é representada por meio de comportamentos e pensamentos. Tudo isso é aprendido e cada pessoa cria suas próprias estratégias para se livrar das sensações ruins.

Aprender algo é sempre muito difícil. Quando falamos em mudança de hábito, tudo fica um pouco mais complicado. Então, quanto mais a pessoa se esforçar para mudar seu comportamento, mais curto será o período de tratamento.

Como controlar esse problema definitivamente?

Se você se identificou com os sintomas, não tente enfrentá-los sozinho! É indispensável procurar um psicólogo para realizar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento.

Na terapia, você vai poder entender e modificar os aspectos da sua vida que têm relação com essa aflição excessiva. Só assim é que você vai aprender a lidar com a sua vida, melhorando sua relação com seus objetivos pessoas e, em fim, controlando a ansiedade.

Mesmo isso sendo verdade, existem alguns hábitos simples que ajudam a controlar a ansiedade e otimizam os efeitos do tratamento. Esses hábitos são recomendados para quase todas as pessoa e, de modo geral, são fundamentais para uma vida saudável.

Veja, a seguir, que hábitos são esses.

Praticar atividade física

Manter o corpo ativo é essencial para ter saúde física e mental. O exercício libera hormônios relacionados ao prazer e bem-estar, auxiliando no tratamento. Além disso, também ajuda a diminuir o estresse e regular o sono.

Há diversas opções para quem quer praticar uma atividade física. Você pode procurar esportes, musculação, exercícios de alongamento, danças, artes marciais, pilates, etc. Escolha a modalidade que mais te motiva e aproveite os benefícios para sua saúde.

Mas nada de exagerar, tudo bem? Sempre comece aos poucos e lembre-se de fazer uma avaliação médica antes de sair do sedentarismo.

Manter uma alimentação saudável

A forma como nos alimentamos tem relação com todo o funcionamento do organismo. Hábitos alimentares saudáveis também promovem qualidade de vida. Por isso, procure ter uma alimentação sem excessos e prefira sempre comidas naturais.

Evite consumir alimentos industrializados e não exagere nos doces. Junto com a ansiedade, eles podem desregular ainda mais seu sistema gástrico e aumentar o desconforto. Além disso, corte hábitos que prejudicam sua saúde, como beber muito café, abusar do álcool ou fumar.

Afinal de contas, nosso cérebro também precisa de nutrientes para funcionar bem. Como ele é o responsável pelo seu corpo, nada mais justo do que fornecer aquilo que ele precisa, não é mesmo?

Aqui vale a mesma dica de se exercitar: faça exames de rotina e consulte um nutrólogo ou nutricionista. Eles saberão lhe orientar quanto ao que deve ser consumido e o que é o melhor para sua alimentação.

Exercitar técnicas de relaxamento

Praticar o relaxamento é útil para tornar a sua rotina mais leve e também para controlar os episódios intensos de nervosismo e medo.

Aprender a respirar melhor e relaxar o corpo com essas técnicas é muito útil para quem trata o transtorno de ansiedade.

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